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História da Associação

Comemorações do 103º Aniversário

Discurso de Abertura dos Actos Comemorativos do 103º Aniversário dos Bombeiros Novos de Aveiro

Exmo Senhor

Cumpre-me, no âmbito das minhas funções nos Bombeiros Novos, usar da palavra para me referir, em termos sucintos, aos actos comemorativos do 103º Aniversário dos Bombeiros Novos; e do 30ª Aniversário da sua Secção de Bombeiros Destacada em S. Jacinto.

Estes actos comemorativos, iniciados pelas 08H00 de hoje com o hastear das Bandeiras no Quartel, têm continuidade neste preciso momento com a conduta duma Homenagem singela aos Bombeiros Portugueses em geral, e aos Bombeiros Novos em particular.

Nesta Homenagem que tem como elemento de destaque o Monumento ao Bombeiro Voluntário, erigido em 1970 em consequência da ocorrência em Aveiro do 19º Congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, é, para nós, a memória daqueles que se entregaram voluntariamente, de corpo e alma, ao serviço público de segurança e socorro, sempre com inauditos sacrifícios e riscos, aos quais não é alheia a perda da vida.

O acendimento da pira, constitui o símbolo falante desta cerimónia, pois que além de suscitar o fogo como campo próprio dos bombeiros, lembra também o culto da vida e a glória e heroísmo dos Bombeiros, sejam eles voluntários, ou profissionais.

Lembramos também, com o acendimento da pira, aqueles Bombeiros que pela lei da morte nos foram deixando e de quem não fomos capazes de colmatar a falta, porque a sua presença é permanentemente entre nós pela memória daquilo que foram e do seu exemplo, e, dos inequivocamente bons serviços que, durante a vida, prestaram à Comunidade.

E ao lembrar aqueles que nos deixaram, mas que se foram da Lei da Morte libertando, como dizia o Poeta Maior, não poderíamos deixar, nesta noite, de lembrar o grande bombeiro voluntário que serviu denodadamente e com inequívoca dedicação e competência os Bombeiros Novos, primeiro na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral; e depois como Comandante dos Bombeiros Novos.

Deixou-nos há dias, tendo deixado escrita em papel singelo a sua modéstia ao pedir à família um funeral sem exéquias, flores e honrarias -  Falo do Ilustre Comandante do Quadro de Honra dos Bombeiros Novos e Crachat de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, Sr. Eng João de Oliveira Barrosa. Agora, usando a nossa própria liberdade, peço um minuto de silêncio pela sua memória.

Cumprido este dever de justiça e consolo pessoal pela memória deste grande vulto dos Bombeiros Portugueses, vamos dar continuidade a este acto vestibular das Comemorações, agora para falar da vida e do futuro, ou seja, dos nosso mais jovens bombeiros. Estou a referir-me à nossa Escolinha de Bombeiros, a qual faz hoje a sua primeira aparição pública. São trinta rapazinhos e meninas que, com o apoio dos seus familiares pretendem, um dia, tornar-se bombeiros voluntários. Deixo para o Sr. Comandante mais e melhor informação sobre a presença destes meninos e meninas no nosso Corpo de Bombeiros, amanhã os homens e as mulheres que no futuro irão servir plenamente a sociedade em que se inserem.

E nós, Bombeiros Novos, queremos participar na sua formação, a par e em conformidade com a sua própria vontade, e a dos seus encarregados de educação.

Não poderia terminar, sem antes apresentar os meus cumprimentos de parabéns aos Bombeiros e Bombeiras que vão receber os seus diplomas e certificados relativos à sua formação nas várias especialidades dos bombeiros, pois que a sua consciente formação, fazem deles técnicos de alto valor.

DISCURSO DO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO NA SESSÃO SOLENE DO 103º ANIVERSÁRIO

  • Presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Bombeiros Novos
  • Vice-Presidente da Câmara Municipal de Aveiro
  • Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses
  • Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro
  • Presidente da Junta de Freguesia de S. Jacinto
  • Comandante em exercício dos Bombeiros de Andernos-Les-Bains
  • Comandante dos Bombeiros Novos
  • Directores e Membros dos Órgãos Sociais
  • Bombeiros do Quadro de Honra
  • Antigos dirigentes dos Bombeiros Novos presentes
  • Bombeiros Novos
  • Comunicação Social

Os Bombeiros Novos sentem-se honrados com a presença de VExª, pois que ela é para todos nós uma forte razão e um grande incentivo para que continuemos a merecer a vossa atenção.
Antes de prosseguir, não posso deixar de me dirigir especialmente ao Sr. Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Dr.Rui Silva, porque, no exercício das funções, é a primeira vez que nos visita, o que muito nos honra e motiva. Bem haja por ter vindo para nos acompanhar neste dia de festa pela passagem de mais este aniversário.

 

Minhas Senhoras e meus Senhores

Neste dia é obrigatório que os responsáveis dos Bombeiros usem da palavra, uma regra que o Comandante e o Presidente da Direcção também hoje cumprem. Nas suas intervenções públicas proferidas ao longo de vários anos, o discurso do Presidente da Direcção pautou-se sempre pela ideia que a sua intervenção pública também serviria, para além de palavras de circunstância aniversariante, dar nota da actividade da Direcção em sede do cumprimento da sua missão específica na qualidade de órgão detentor do Corpo de Bombeiros, possibilitando, assim, a divulgação de factos que, pela sua acuidade e importância, mais influenciaram a vida desta Associação de Bombeiros Voluntários. Essas intervenções trataram sempre de temas fundamentalmente relacionados com a administração, a logística e as finanças, pois que é nestes sectores que assenta muito especialmente a vocação do órgão social a que tenho a honra de presidir.

E, ao tentar cumprir esta intenção, não poderia hoje deixar de evocar as pessoas que compõem os Órgãos dos Bombeiros Novos, para lembrar que a prestação e o trabalho desenvolvido por cada um dos elementos que constituem os Órgãos Sociais, pelo Comandante e pela sua Equipa de Comando e pelos bombeiros em geral, foi incontestavelmente de alto valor, contribuindo todos para a boa evolução e progresso desta Associação e Corpo de Bombeiros que servem de forma exemplar.

Porém, foi com o Comando, pela pessoa do Comandante que naturalmente a Direcção mais se relacionou, pois que a resolução dos problemas administrativo-logísticos da Associação no seu todo e as suas responsabilidades de órgão detentor do Corpo de Bombeiros assim o exigiram, por forma a garantir o apoio de que o Comandante necessitou para cumprir as tarefas e as missões que foram superiormente atribuídas ao Corpo de Bombeiros e às quais o Eng. Jorge Fradique já se referiu.

Não como contrapartida, mas graças ao espírito empreendedor do Comandante e do Corpo Activo e por via do querer mais e melhor, a Direcção usufruiu de grande apoio e colaboração em matéria de angariação de fundos através de inúmeros actos precatórios públicos, com objectivos de natureza diversa, mas dentre os quais sobressaem substanciais ajudas para facilitação de aquisição de uma viatura de desencarceramento e de outros equipamentos de protecção individual e fardamentos.

A este espírito empreendedor e altamente participativo, não foram estranhas várias obras de melhoria de condições de funcionamento e de vida no quartel sede, dentre as quais destaco um pequeno refeitório, alargamento e melhoria das casernas feminina e masculina, melhoria da Central Telefónica e da Sala do Bombeiro; e outras de menos importância. Relevo que grande parte da execução destas melhorias do aquartelamento apenas foram possíveis com o investimento de verbas obtidas pelos Bombeiros nos actos precatórios, a cujos valores teremos de acrescentar o valor de parte da mão de obra necessária à execução das obras, prestada essa pelos próprios bombeiros de forma gratuita e voluntária.

E foi nesse relacionamento que a Direcção, o Comando e o Corpo Activo, garantiram um bom entendimento bilateral construído na cooperação, na lealdade, na camaradagem, na amizade e, acima de tudo, na vontade de bem servir.

Porém, neste ambiente de intenso labor e sucesso, foi também neste ano que hoje celebramos, tempo difícil de grandes preocupações e incertezas.

É que as despesas de funcionamento do Corpo de Bombeiros atingiram valores que foram comprometendo a situação financeira da Associação, a ponto da Direcção a que presido ter tido necessidade de recorrer à Banca para garantir os custos do seu funcionamento, dentre os quais sobressaem as despesas com o pessoal, a aquisição e manutenção de equipamentos, a aquisição e manutenção de viaturas, manutenção do sistema informático, serviço de telefones e de comunicações, aquisição de combustíveis e lubrificantes, seguros do pessoal e do material, impostos, compromissos bancários, bem como outros encargos de natureza diversa de menor importância.

È bom que se diga que as causas desta preocupante situação estão perfeitamente identificadas, pois que não será a meio de um programa em que se traduza num grande investimento, que podem alterar-se as regras de financiamento por terceiros do agente envolvido em determinado processo administrativo envolvendo a Banca. E isso aconteceu com a redução inesperada do subsídio mensal que o Município atribuía aos Bombeiros Novos, na precisa ocasião em que a sua Direcção acabava de assumir a responsabilidade de liquidar a factura relativa à aquisição de um importante meio de combate de incêndios no valor de € 297000. Porém, é conveniente que se diga que a Direcção dos Bombeiros Novos liquidou já à Banca, desde 2009 até ao presente, mais de 50% do valor em causa, estando agora a aguardar a prometida comparticipação da Câmara Municipal para ajudar a resgatar o restante da dívida que até agora assumimos sozinhos.

Este episódio de redução do valor do subsídio mensal, aliado ao facto de nos ter sido retirado o serviço de bilhética e portas das Feiras Municipais, veio também, ainda que indirectamente, a colocar em causa o funcionamento da Secção de S. Jacinto, na medida em que o Município deixou também, quase em simultaneidade, de contribuir financeiramente para a sua manutenção, tal como acontecia no passado.

Pelo sucintamente exposto, depressa se conclui que a actualização do subsídio mensal do Município; a revisão da decisão do corte da comparticipação do Município necessário ao funcionamento da Secção de S. Jacinto nos moldes actualmente em vigor; a satisfação da promessa do Sr. Presidente da CMA relativa à ajuda do Município no âmbito da aquisição do VECI 22 mt; e o regresso ao serviço das Feiras Municipais, constituir-se-ão em factores favoráveis à resolução da debilitada situação financeira dos Bombeiros Novos.

Temos consciência que só mediante a satisfação das condições acima indicadas, será possível retomar o normal funcionamento da Associação no seu todo, para, nestas condições e só, garantir a manutenção da Secção de S. Jacinto no formato actualmente em vigor, sendo   inquestionável que tanto nós, como o Comandante, desejamos manter em pleno funcionamento os Bombeiros de S. Jacinto por razões várias, mas fundamentalmente por reconhecermos que na ausência deste nosso serviço em S. Jacinto, o socorro passaria a residir a 20 ou 60 Km de distância dos socorrendos.

De resto, temos a certeza que só com a ajuda do Executivo Municipal poderemos sair da difícil situação financeira em que a Associação se encontra, não apenas para a resolver, mas também para colmatar o intenso sufoco e a permanente preocupação dos dirigentes e do comando sobre o futuro do socorro no concelho de Aveiro.

Pretendemos com essa ajuda institucional dar continuidade ao funcionamento pleno das secções do nosso Corpo de Bombeiros, incluindo neste propósito a Secção dos Bombeiros Novos em S. Jacinto, obviamente se, para tanto, tal como esperamos, formos apoiados por quem detêm a responsabilidade da protecção civil no Concelho no seu todo, ou seja o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Aveiro.

 

Minhas Senhora e meus Senhores

Mas nem tudo foi mau e preocupante no decurso deste difícil ano de 2011! Na verdade, assistimos a uma muito assertiva acção de comando em todos os sectores do Corpo de Bombeiros, tendo sido inequivocamente notório que uma das principais preocupações do Comandante foi dar continuidade ao apetrechamento técnico do pessoal através da conduta quase permanente de cursos, estágios, exercícios, simulacros e de outras actividades objectivando a prontidão, a melhoria operacional, a disciplina e o espírito de corpo das equipas que diariamente são chamadas a intervir. Desta forma, poderemos garantir que o nosso CB continua, cada vez mais, apto a participar no combate de qualquer tipo de sinistro, porquanto a quase totalidade dos seus bombeiros domina todas as disciplinas correntes necessárias a um bom desempenho, ou no combate de incêndios de qualquer natureza, ou na emergência médica, ou no transporte especializado de doentes, ou nas estradas, ou na urbe, ou no Porto de Aveiro, na floresta, nas zonas industriais, ou nas águas da nossa Ria.

Outro motivo da nossa satisfação foi a atribuição aos Bombeiros Novos da Fénix de Honra, ou seja, a mais alta condecoração da Liga dos Bombeiros Portugueses, a qual lhes vai ser entregue hoje e aqui, em S. Jacinto, pelo Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Dr. Rui Silva.

Esta distinção que vem juntar-se a outras altas condecorações já atribuídas no passado aos Bombeiros Novos, nomeadamente a Medalha de Mérito de Protecção e Socorro com Banda Azul; o Crachat de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses; a Medalha dos Serviços Distintos Grau Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses e as  Medalhas de Ouro e Prata da Cidade de Aveiro e muitas outras do campo da filantropia e dos socorros a náufragos, atesta a prestação de altos e relevantes serviços que os Bombeiros Novos souberam prestar à Comunidade durante a sua centenária existência.

Promover a sua entrega aos Bombeiros Novos aqui e hoje, comprova a nossa vontade de dar continuidade à presença dos Bombeiros Novos na tão próxima como longínqua freguesia de S. Jacinto, inserida esta na sua área de actuação própria.

 

Sr. Presidente da CMA

Deixei para o final desta já longa intervenção, pela sua importância, a questão da construção do novo quartel dos Bombeiros Novos, umas horas depois de VExª ter anunciado a atribuição pelo Município dos terrenos necessários para o efeito. Ficamos naturalmente muito satisfeitos com a boa nova, tanto mais que, tal como tive oportunidade de informar o Sr. Presidente da CMA que enquanto os Bombeiros Novos não detiverem a posse definitiva dos terrenos já para o efeito identificados nas condições técnicas que consideramos essenciais, não nos será possível continuar este processo nascido em 1995 e que, de impasse em impasse, parece agora chegar ao fim. É que só depois da posse dos terrenos pelos BN nos será legalmente possível formalizar a candidatura para a comparticipação do Estado nos custos da obra; e decidir sobre os processos de obtenção e de angariação de verbas seguramente necessários além daquelas que serão providas pelo Estado.

Estamos certos que a Câmara Municipal de Aveiro vai ajudar os seus Bombeiros Novos a concretizar este velho sonho, pois que, ao fazê-lo, está a contribuir para o aumento do seu rendimento operacional e para o próprio interesse material e financeiro do Município, que ajudando como deve os seus Bombeiros Voluntários, deixará, em contrapartida, de ter de investir anualmente vários milhões de euros noutras soluções de bombeiros, que como cidadãos conscientes não desejaríamos ver implementadas em Aveiro.

Não poderia terminar esta minha intervenção sem que deixasse de me referir expressamente aos nossos Bombeiros para lhes afirmar que a maior fortuna de qualquer empresa ou instituição, é o seu pessoal. Não é diferente nos bombeiros, pois que eles são a essência e a razão desta Associação e Corpo de Bombeiros, dependendo deles a sua imagem no exterior, não só sob o ponto de vista cívico, mas fundamentalmente, sob o ponto de vista operacional. E neste campo, os Bombeiros Novos, a par de excelente comportamento cívico, cumpriram também no âmbito das operações todas as tarefas e missões que lhes foram superiormente detalhadas, frequentando desde há vários anos grande número de teatros de operações da Zona Centro e mesmo do Norte do país, com ardor, vontade de servir e muito saber.

Por tudo isto, e, em sede da Administração da Justiça, foi com muita alegria que a Direcção e o Comando decidiram destacar os elementos da Associação que mais se evidenciaram pelo seu comportamento e pela bondade dos seus serviços prestados aos Bombeiros Novos e aos Bombeiros Portugueses, activando todos os mecanismos no sentido da condecoração de vários elementos dos Órgãos Sociais e do Corpo de Bombeiros, a quem saúdo com alegria e reconhecimento.

Termino agora, dirigindo-me especialmente aos familiares dos Bombeiros, aos seus pais, às namoradas, às noivas às suas mulheres e aos seus filhos para lhes pedir compreensão para as suas ausências, pois que ser bombeiro é estar permanentemente disponível para socorrer e salvaguardar as pessoa e bens do seu semelhante, para não referir os riscos que esse mister de bombeiro, implica.

Aos nossos Bombeiros apenas tenho de saudar com um grande abraço de amizade e de agradecimento.

Bem Hajam!